segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Exposição HISTÓRIA PERDIDA no MNA

HISTÓRIA PERDIDA
Uma exposição acerca do comércio ilícito de antiguidades no mundo

Inauguração: dia 31 de Janeiro, às 18 horas
Aberta ao público entre 1 de Fevereiro e 23 de Março de 2008

Promovida pela Fundação Helénica para a Cultura e apresentada inicialmente ao público no Museu Benaki, em Atenas, esta exposição é agora trazida a Portugal, antes de seguir para a sede da UNESCO, em Paris. Continuará depois em itinerância pelos principais museus de antiguidades da Europa e da América.
A deslocação ao nosso País, em situação privilegiada e inicialmente prevista para ter lugar durante a Presidência Portuguesa da UE, decorre da cooperação institucional estabelecida entre o Museu Nacional de Arqueologia e as Embaixadas da Grécia e de Chipre em Portugal.
Trata-se de uma exposição de vincada intenção didáctica, recorrendo abundantemente a tecnologias digitais e interactivas, tais como:
-painéis documentais, retro-iluminados
-écrans tácteis interactivos
-jogos interactivos
-filmes e documentários
-réplicas de peças roubadas e depois recuperadas
-e ainda o documentário de TV “Network”, de Andreas Apostolidis, nomeado para o Prémio EUROPA 2007, exibido em permanência na sua versão original inglesa, em auditório anexo ao espaço expositivo.


Dada a grande actualidade e a projecção mundial do tema tratado, foi expressamente convidado para dirigir algumas palavras aos presentes na inauguração Lord Colin Renfrew, o mais famoso arqueólogo inglês da actualidade e um dos principais defensores do estabelecimento de normas e procedimentos internacionais visando o combate ao tráfico de antiguidades.
No sítio Internet do Museu Nacional de Arqueologia (http://www.mnarqueologia-ipmuseus.pt/), na página imprensa, encontra-se diversa documentação adicional referente a esta exposição e às temáticas nela tratadas.


CONFERÊNCIA DE LORD COLIN RENFREW - entrada livre, 1 de Fevereiro 2008 pelas 18 horas no Auditório do Museu Nacional de Arqueologia (MNA)




Cavaco Silva retoma hoje «Roteiro Para o Património

O Presidente da República inicia esta segunda-feira, em Coimbra, uma visita de dois dias à Beira e Douro Litoral, no âmbito das II Jornadas do «Roteiro Para o Património», para defesa, valorização e promoção do património português. O chefe de Estado pretende com este roteiro chamar, uma vez mais, a atenção e sensibilizar entidades, empresas, asociações, escolas e cidadãos em geral para as boas práticas políticas e técnicas seguidas por autarquias, associações privadas e particulares. A visita começa com a deposição de uma coroa de flores no túmulo do fundador da nacionalidade, D. Afonso Henriques, no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. No seu discurso à Nação, a 10 de Junho de 2006, Cavaco Silva afimou «desejar um Portugal que se reveja no melhor do seu património histórico e cultural e que saiba, não só preservá-lo, mas também promovê-lo e torná-lo maior, na riqueza e criatividade das suas manifestações». Ainda na segunda-feira, a comitiva presidencial desloca-se depois para o Lorvão, em Penacova, onde Cavaco Silva visita a igreja e o mosteiro. O chefe de Estado será acompanhado na sua visita à Beira Litoral pela ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, prevendo-se também a presença em Coimbra do ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago. Esta será a primeira deslocação oficial do chefe de Estado em 2008. Cavaco Silva ainda não se pronunciou quanto à decisão do governo de ratificação do Tratado de Lisboa por via parlamentar, como sempre preferiu, à escolha de Alcochete como local para o novo aeroporto de Lisboa, e à alteração da Lei eleitoral das Autarquias, que consagra os executivos maioritários.

Diário Digital / Lusa 21-01-2008
In:http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=4&id_news=314661

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

À descoberta da estação arqueológica da Amoreira

Uma mostra e uma conferência, no dia 20, marcam uma iniciativa que pretende revelar os resultados obtidos nas escavações das sondagens arqueológicas na estação arqueológica romana da Amoreira, desde 2005.
A acção vai decorrer na sede da Junta de Freguesia de S. Martinho de Árvore, no domingo, dia 20, arrancando às 11H00, com a inauguração da exposição que apresenta os resultados preliminares da estação arqueológica, relativos aos anos de 2005 e 2006, bem como os vestígios antropológicos ali encontrados explorando, ainda, o conceito e a funcionalidade das Fíbulas da Amoreira.
Os vestígios encontrados que estarão expostos dividem-se em três núcleos: os metais; a cerâmica de construção e a cerâmica doméstica.
De acordo com uma nota enviada às redacções, até à data, foi recolhido o seguinte espólio: “lascas de sílex, moedas, pesos de tear, peças em metal (anéis, fíbulas, esporas), contas de colar, cerâmica de construção, cerâmica comum, cerâmica cinzenta, cerâmica com decoração, cerâmica pintada, cerâmica vidrada, vidro e escória”.
As sondagens localizadas a Noroeste da freguesia, revelaram vestígios de cossoiros, pavimentos, uma estrutura e material osteológico não humano.
As sondagens localizadas a “Sudoeste permitem uma inferição relativamente à provável localização da área necrópole, porque permitiram colocar a descoberto sepulturas, material osteológico humano e um muro.
No período da tarde, a partir das 14H30, Manuel Peixoto, presidente da juntam vai proferir uma conferência sob a temática “Os achados arqueológicos na Amoreira e o Futuro de S. Martinho de Árvore”, seguida de uma intervenção de Carlos Encarnação, presidente da Câmara de Coimbra e de António Pedro Pita, director da Delegação Regional da Cultura do Centro.
A partir das 15H15 Nunes Monteiro, representante do IGESPAR explora a temática “Amoreira, uma vila Romana no Baixo Mondego”, seguida de uma intervenção das técnicas do Gabinete de Arqueologia Arte e História da Câmara de Coimbra a quem cabe a responsabilidade científica dos trabalhos arqueológicos realizados.
Raquel Santos e Ana Gervásio, arqueólogas, farão uma intervenção genérica, sobre o legado patrimonial em S. Martinho de Árvore, apresentando os resultados preliminares obtidos até à data, na intervenção levada a cabo em seis sondagens arqueológicas.
Cármen Pereira, responsável científica da autarquia pelos trabalhos antropológicos, dará conhecimento acerca dos resultados preliminares alcançados no respeitante aos vestígios antropológicos encontrados.
O encerramento da conferência estará a cargo de Mário Nunes, vereador da Cultura, seguindo-se um debate.

IN: Diário as Beiras
http://www.asbeiras.pt/?area=coimbra&numero=54681&ed=18012008)

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Ruínas de São Cucufate voltam a fechar ao público.

As ruínas romanas de São Cucufate, situadas na freguesia de Vila de Frades, no concelho alentejano da Vidigueira (Beja), voltaram a fechar ao público, por falta de pessoal, disse hoje à agência Lusa fonte autárquica.
O monumento, um dos principais vestígios romanos e um dos grandes atractivos turísticos no Baixo Alentejo, fechou ao público a 30 de Dezembro, quando os dois funcionários que trabalhavam no local terminaram os contratos e não foram substituídos em tempo oportuno, explicou o presidente da Junta de Freguesia de Vila de Frades, Luís Amado.
«Mais uma vez as ruínas estão fechadas ao público», lamentou o autarca, lembrando tratar-se de «uma situação que tem vindo a repetir-se periodicamente, nos últimos anos».
A abertura das ruínas ao público é assegurada por funcionários contratados ao abrigo de um protocolo de mercado social de emprego entre o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), entidade que tutela o monumento, e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). «O IGESPAR continua a assegurar a abertura do monumento com pessoal contratado e subsidiado a prazo pelo IEFP», o que «não dá garantias de futuro», lamentou Luís Amado.
De acordo com o autarca, «só a criação de um quadro de pessoal irá resolver definitivamente o problema das ruínas», que, frisou, «fecham sempre ao público durante os períodos de transição entre os contratos dos funcionários subsidiados pelo IEFP».
O autarca manifestou-se também preocupado com a vegetação espontânea no local e que «não tem sido tratada» e «está a tapar as ruínas, dificultando a sua observação».
A Junta de Freguesia de Vila de Frades já expôs a situação actual das ruínas à Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA) e aguarda uma resposta, disse Luís Amado.
A Lusa tentou hoje contactar o director da DRCA, José Nascimento, que se encontrava indisponível.

Diário Digital / Lusa 11-01-2008 16:41:00
IN: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=4&id_news=313280

domingo, 13 de janeiro de 2008

População e autarquia trabalham juntos em escavações e descobrem 1.ºs banhos islâmicos em Portugal

Em: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=75307

«Loulé
População e autarquia trabalham juntos em escavações e descobrem 1.ºs banhos islâmicos em Portugal Em Loulé a população e a autarquia juntaram forças e descobriram os primeiros banhos públicos islâmicos (século XIII) que podem ser vistos a olho nu em Portugal. A descoberta foi fruto de escavações arqueológicas recentes que hoje conheceram mais um capítulo do trabalho voluntário coordenado por profissionais de arqueologia

A britânica Rose Oliveira, 48 anos, egiptóloga e a morar há mais de 20 anos no Algarve é apenas uma das várias voluntárias da população louletana que participa nas escavações arqueológicas da cidade algarvia.

Com o objectivo de juntar profissionais da arqueologia e população em geral à roda de artefactos e construções islâmicos arrancou no Verão passado com o Festival do Mediterrâneo (MED) e a sorte bateu nas muralhas da cidade de Loulé, onde pela primeira vez em Portugal se pôde ver de perto os banhos públicos islâmicos.

Além das paredes islâmicas, com um metro e 80 de altura de pé direito, que se encontraram dentro da muralha que contorna a cidade, encontramos também as «instalações dos banhos públicos islâmicos que são os únicos em Portugal que se podem ver», porque embora existam outros só se conhecem através de documentos e outros testemunhos escritos, contou a arqueóloga municipal Isabel Luzia.

A egiptóloga Rose Oliveira e a menina Olívia, 10 anos, também inglesa e voluntária nos trabalhos arqueológicos, estiveram ambas esta manhã com picaretes, pás, colherins e baldes à volta dos banhos islâmicos e nem o frio do Inverno as afastou do serviço.

pequena Olívia, que assegurou à Lusa sonhar em ser arqueóloga quando crescer, foi aluna de Rose Oliveira e pertence ao Clube de Egiptologia em Loulé. Foi assim, através do clube, que soube como participar voluntariamente nas escavações.

Mas nem só crianças e jovens participam nas escavações de Loulé. Reformados, bancários, famílias inteiras, farmacêuticos e domésticas também gostam de dar uma cavadela e carregar uns baldes de terra.

«Acho isto [escavações] viciante, porque temos sempre a ilusão de encontrar algum vestígio! Além disso é um trabalho que tem de ser feito», explicou Cândida Paz, 64 anos, adepta ferrenha das escavações, não falhando ainda nenhuma das quatro saídas para o terreno, e contabilizando 12 horas de trabalho arqueológico.

Com a «ideia de pôr toda a gente a escavar», uma iniciativa dos serviços de Arqueologia e Restauro da Divisão de Cultura da Câmara de Loulé, o objectivo é fazer do espaço da descoberta daqueles preciosos vestígios islâmicos «um espaço museológico», assegurou o responsável pela Divisão da Cultura de Loulé, Luís Guerreiro.

«Criar um espaço museológico é uma mais valia para o turismo cultural da cidade e nasce exactamente na zona histórica», refere Luís Guerreiro, visivelmente orgulhoso com os achados islâmicos.

Com calçado e vestuário apropriados, além da vacina do tétano em dia - as únicas contrapartidas para ali escavar, - todos os ajudantes ganharam já a sensibilidade de que na arqueologia tem de se ser paciente e que nenhum vestígio tem valor se não for devidamente identificado e guardado em sacos de plástico transparentes.

Uma outra recente descoberta foi a de um esqueleto que se pensa ser de um jovem homem que terá vivido há 800 anos e que durante a conquista cristã terá caído da torre islâmica, junto à muralha, especula a arqueóloga, que aguarda os resultados das análises do Museu de antropologia de Coimbra.

«As descobertas foram todas realizadas dentro da Casa das Bicas, até há pouco tempo habitada e que escondia os banhos islâmicos e colunas góticas no seu interior. As descobertas só estão no início, ainda falta mais de metade da casa para investiga», adverte a arqueóloga com um brilho no olhar. Lusa / SOL»

sábado, 12 de janeiro de 2008

...para "relaxar"!

(clicar na imagem para ampliar)

Em: "O Inimigo Publico" de 10 de Janeiro de 2008, suplemento do jornal O Público de sexta-feira nº 225, p.9

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Palestra dia 16 de Janeiro - ARQA

No próximo dia 16 de Janeiro pelas 19h30, na sede da ARQA
Associação de Arqueologia da Amadora (Damaia), será apresentada por António Valera uma palestra sobre o Povoado dos Perdigões. A entrada é gratuita. Esta palestra encontra-se integrada num Ciclo a decorrer nos meses de Janeiro e Fevereiro, no âmbito da celebração dos 20 anos da ARQA.

Mais Informações: associacao@arqa.pt ou em www.arqa.pt .

IN: Archport

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Museu do Menino de Lapedo

Em: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=4&id_news=311925

Leiria: Museu do menino do Lapedo será inaugurado amanhã
O novo Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho, em Leiria, sobre o menino do Lapedo, que será inaugurado sábado, é a primeira fase de um projecto que visa a criação de um parque arqueológico de nível internacional.

«Temos condições únicas que queremos aproveitar», afirmou à Agência Lusa Vítor Lourenço, vereador da Cultura da Câmara de Leiria, numa referência aos achados arqueológicos em todo o concelho, mas em particular ao menino do Lapedo.

O fóssil, com 24.500 anos, foi descoberto em Dezembro de 1997, e marcou uma mudança na compreensão da evolução humana, ao apresentar indícios de convivência e cruzamento entre os Neanderthais e o homem moderno.

Até então, os estudiosos julgavam que o Neanderthal fora extinto sem qualquer cruzamento com o homem moderno, mas o fóssil encontrado contrariou pela primeira vez essa teoria.

Esta novidade colocou Leiria no mapa mundial da arqueologia a agora a autarquia quer aproveitar este empurrão para criar um centro de estudos paleolíticos no futuro museu do convento de Santo Agostinho, apostando também da criação de um amplo parque arqueológico que inclua o vale do Lapedo, onde o fóssil foi descoberto.

Para já, o primeiro passo já está dado com a construção de um centro de interpretação ambiental destinado ao Abrigo do Lagar Velho, onde o fóssil foi encontrado, mas Vítor Lourenço quer candidatar o resto do projecto ao Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).

O novo centro de interpretação que será inaugurado sábado inclui «um edifício de apoio», conta com um «miradouro que permite interpretar a paisagem e apreciar todo o vale» e painéis que dão uma «explicação cronológica da evolução humana».

O abrigo será também objecto de uma explicação técnica, bem como os restantes achados feitos na zona, que comprovam a sua utilização por humanos durante milhares de anos.

A construção deste novo equipamento, que custou 150 mil euros, apoiados pelo Programa Leader, está inserida numa «estratégia de maior alcance» da autarquia que quer criar um parque arqueológico para a zona do vale do Lapedo, bem como um Centro de Estudos Paleolíticos, centrado no museu do convento de Santo Agostinho.

Além do Lapedo, a poucos quilómetros existe o Vale das Chitas, na zona do padrão, com características semelhantes e perto destes locais está a maior pedreira de sílex da região.

Em todo o concelho, estão identificados «cerca de 70 sítios de interesse arqueológico», uma situação que é considerada única em todo o país.

O acompanhamento científico de todos os trabalhos está a cargo do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), que tem trazido para o concelho investigadores portugueses e internacionais, estando agora em negociações com técnicos de universidades norte-americanas, inglesas, francesas e alemãs.

Trata-se de um «grande desafio em termos estratégicos» para o turismo da região, que pode apostar em valências mais ligadas ao património e à cultura, considerou Vítor Lourenço.

«É fundamental investir num produto turístico complementar», afirmou o vereador, salientando ainda que para que o projecto do parque arqueológico tenha sucesso será necessário envolver as comunidades locais das freguesias de Santa Eufémia e Caranguejeira.

«Terá de existir abertura dos proprietários» e será essencial que os habitantes sintam o «projecto como seu», explicou o vereador.

A inauguração formal do centro está prevista para as 12:00 de sábado, seguindo-se durante a tarde uma sessão de conferências na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria, com a presença de Erik Trinkaus, antropólogo da Universidade de Washington, Brian Pierson, antropólogo da Universidade de Tulane, João Zilhão, arqueólogo em exercício na Universidade de Bristol (Reino Unido) e de Francisco Almeida, arqueólogo do IGESPAR.

Diário Digital / Lusa

04-01-2008 7:52:00


ver/ler: http://dba.fc.ul.pt/ant-bio/TA_2007/P1_10_O_Menino_de_Lapedo_Com.pdf

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Achados arqueológicos lançam dúvidas sobre origem de Abrantes

30 Nov 2007, 13:09h

As obras de requalificação que decorrem no centro histórico da Abrantes levaram à descoberta de vestígios históricos que podem obrigar a reescrever a história da cidade.
Além de algumas moedas, os arqueólogos encontraram 25 silos alinhados e escavados no solo e muitos fragmentos cerâmicos medievais que indiciam ser de origem islâmica do século X ou XI, ou seja, antes do início da nacionalidade. Um achado que a arqueóloga municipal, Filomena Gaspar, classificou como "muito interessante" e "inusitado" e que, segundo disse, "reforça a tese de ocupação islâmica, uma vez que o ano passado também foram encontradas cerâmicas pintadas de pasta vermelha com bandas brancas e que são típicas dos século X, XI".
Filomena Gaspar disse à Lusa que "a confirmarem-se a data e a pertença ao local seria necessário reler e reescrever os relatos sobre as origens da povoação que hoje é a cidade de Abrantes".
"Esta seria uma novidade enorme devido à ausência de relatos anteriores ao século XII. O que pensamos, até hoje, é que esta povoação tivesse sido fundada para defender a linha do Tejo, no tempo de D. Afonso Henriques", disse.
A descoberta tem entusiasmado não só os arqueólogos municipais como também a população e os funcionários camarários que trabalhavam na Rua Grande na instalação de condutas de gás, telecomunicações e saneamento básico.
"Esta é uma das descobertas com maior visibilidade dentro do contexto urbano e todos estão a colaborar e a escavar a totalidade dos silos que, na altura, eram o melhor instrumento para a preservação de víveres", explicou Filomena Gaspar.
Em declarações à Lusa, a vereadora da Cultura da Câmara de Abrantes disse estar "impressionada" pela quantidade de silos encontrados em linha e que a autarquia pretende "resguardar" alguns deles com placas explicativas."De facto, não é habitual encontrar tantos silos e estes são perfeitos e muito bem escavados na terra".
Isilda Jana disse que "não é possível deixá-los todos à mostra, porque a Rua Grande é uma artéria fundamental para a circulação rodoviária", mas que existem alguns que se poderão preservar.
"Existem dois silos que estão um pouco mais afastados e que vamos preservar colocando um painel de leitura relativo à sua história".
"Os outros, depois de explorados, terão de ficar subterrados", acrescentou.
Segundo disse à Lusa a arqueóloga Filomena Gaspar as datações e conclusões acerca destes achados serão dadas a conhecer em Janeiro de 2008.


IN: O MIRANTE : http://www.omirante.pt/index.asp?idEdicao=51&id=18855&idSeccao=479&Action=noticia